quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O Novo Dave

Viram o filme de Kubrick, 2001 sem adormecerem nos vossos sofás? Pois bem, eu não consegui; por mais significativa que seja a obra para o cinema de ficção cientifica atual, nunca foi um filme que me entretece muito. Mas enfim, as imagens são de facto lindas, e lembro-me perfeitamente do herói do filme, o HAL.
E porque é que estou a falar disto? Porque eu tenho a certeza que os computadores já têm consciência de si mesmos, e que todos me odeiam a mim.



Pois bem, um mês atrás, o meu velho computador começou a ficar mais lento. Reparei que os vídeos avançavam lentamente, e que havia irregularidades. Pensei que fosse vírus, e tratei de limpar tudo. Os problemas continuavam, por isso, fui ao homem dos computadores para ver o que se passava. Bem, o computador estava velho, podia ser isso. Como já estava a pensar em comprar um computador novo (já estava a ter problemas com ele há mais tempo) decidi arranjar um computador novo. É uma coisa linda. E os problemas mais recentes que eu tive com o velho, continuo a ter com o novo. O que é curioso, é que quando o computador novo foi testado na 'oficina', andava lindamente. É só quando ligo o computador aos cabos da minha casa que a coisa fica feia. Não há dúvida de que devo ser um demónio qualquer na mitologia dos computadores.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CINEMA DO FUTURO: INTO DORKNESS



 Olha só! É o Khan branco para uma geração insípida!
KHAAAN!
 
 

O FIM DA FICÇÃO CIENTIFICA NO CINEMA

 
 
Lembrem-se quando o cinema de Ficção Cientifica era original? E de certa qualidade? Eu lembro-me. E lamento o facto de que não há muitos filmes de Ficção Cientifica bons e originais a saírem nos cinemas. Meses atrás saiu a nova lixeirada de Abrams, cheia de lens-flare e outros truques fotográficos. Daqui a dois anos, vai aparecer um novo Guerra das Estrelas (também do Abrams adorador de brilhantismos), certamente com um estilo potencialmente mau. Nada de novo.
 
Quando é que foi a ultima vez que se viu algo de original? A única coisa que vi neste último verão foi o Pacific Rim. Foi só isso. No ano passado, o grande êxito foi os Vingadores - uma adaptação, tal como Ender's Game e os Jogos da Fome. Já ouvi dizer que não se faz nada de novo porque tem-se medo de investir em coisas novas. Hoje em dia, os filmes custam um balúrdio, e tem que se ter dinheiro garantido. Entendo isso, mas podia-se tentar vender coisas novas, criar franchises novos. 
 
E o que é que se faz, em vez de criar coisas novas? Algumas vezes recorre-se ao reboot, onde um franchise velho é refeito. Olha só, temos um Star Trek novo, desde há um par de anos. Um universo novo! E tudo é mais parvo! E icónico! O novo filme do Star Trek fez uma carrada de dinheiro, mas infelizmente, não parece ser grande coisa. Em vez de ter uma ideia nova, o senhor Abrams decidiu refazer a Furia de Khan, mas mal. Ao menos, o Abrams podia ter-nos surpreendidos com um vilão pouco visto (Gary Mitchell), lembrado (Gary Mitchell), ou um vilão novo.
 
Outras vezes, recorre-se ao remake, que é o reboot limitado a apenas uma única história. O remake não é coisa nova - já se fez várias versões da história de Moisés, mas há histórias que não se deviam repetir, histórias tão ligadas à época em que foram criadas ou que foram já contadas na perfeição. Veja o caso do novo Robocop; tem uma mão verdadeira; não foi declarado morto; e agora, está todo preto com um aspeto "cool", ao contrario daquele outro que andava aí de preto e cinzento metálico porque isso seria foleiro.
 
E eis um outro problema: tudo tem que ser "cool". O Robocop é feito de metal preto porque essa cor, sem nenhuma outra, é "cool", chegando-se a menosprezar o esquema velho. Não se pode fazer nada interessante sem pôr-lhe brilhantinas e cenas de acção rápidas e imperceptíveis? O novo Star Trek é sem dúvida culpado disto; temos um universo cheiro de "lens-flares", um universo com um Spock todo "badass" e um Kirk sem personalidade. Tudo superficial.
 
O cinema de ficção científica está moribunda. A originalidade e a qualidade morreram. Está pior do que estava nos tempos dos monstros dos olhos esbugalhados. Temos que ser nós a ressuscitá-la.  É por isso que escrevo. É preciso criar para ter o que se quer.
 
 
Batista Pires, a dar-vos a verdade, pá! A não ser que seja mentira.
O papagaio voou até ao céu, e bateu contra o telhado. Por momentos, o céu desapareceu, e foi substituído por um teto metálico. Após alguns segundos, a imagem do céu voltou. O papagaio, esse caiu ao solo e partiu o pescoço.
Trombote olhou para o cadáver pequeno do pássaro. Ele olhou para o céu e ficou a fitar durante alguns segundos.
- Isto não trabalha tão bem como pensas - disse ao robô que estava do seu lado.
- Como? - perguntou o robô - Então o pássaro não chocou contra o teto, pensando que era o céu? Resulta!
O jovem Trombote olhou de soslaio para o robô, que era parecido com uma vespa gigante.
- Vi isso. Também vi o que aconteceu logo a seguir. O céu desapareceu. Isso assim não serve. Como espera criar um ambiente artificial no espaço, se qualquer safanão dá cabo da ilusão? As pessoas vão ficar maluquinhas, e se uma delas pegar num machado e rachar cabeças, a culpa é sua.
O robô abanou a cabeça e disse:
- Tens pouca fé na humanidade
O jovem grunhiu.
- Sou um ser humano. Sei do que falo. Eu seria o tipo com o machado.
- Felizmente nem toda a gente é como tu.
A conversa foi subitamente interrompida. A porta abriu, e o estranho senhor chamado Robalo entrou. Ele olhou para o Trombote, e depois olhou para o robô.
- Está tudo de acordo com o plano Chumbalão, meu servo?
- Sim senhor - disse o robô 
Os olhos do Trombote rebolaram.