terça-feira, 26 de novembro de 2013

O Robalo olhou para o céu, à espera de ver o sol. As nuvens estavam carregadas, e havia pingas a caírem. não era uma chuva pesada, mas era chuva mesmo assim. Infelizmente, isso tinha horríveis consequências: teria que aturar a horrível tia por mais uns dias. A maldita velha tinha medo de ir para a quinta dela quando uns pinguinhos eram mijados pelo céu. Robalo ergueu o punho para o céu e rugiu:
         - Maldito sejas céu infernal! Não podias ficar limpo, só para mim?
        Mas o céu não respondeu. O céu era um maldito sacrista, certamente.
        Resignado ao seu fado, Robalo colocou o capuz sobre a cabeça, e começou as primeiras passadas em direção a casa. Á casa dele - que não era da velha, apesar do o ser. O homem resmungão passou pelas lojas que conhecia apenas de vista, passou pelos apartamentos, até que chegou ao campo ermo que tinha que atravessar, porque era o caminho que ele conhecia, e não ia tomar outro. o campo ermo estava lamacento.
        Robalo ergueu o punho sobre a terra e rugiu:
        - Maldita sejas Terra infernal! Não podias ficar enxuta? Os meus sapatos são bons!
        Enfim, Robalo, que nunca mudava o seu trajeto, teve que calcar as suas solas benditas sobre a terra macia, sujando os sapatos. Deu mais um paço, e o pé afundou-se na terra, até que Robalo sentiu o fundo do pé a bater nalguma coisa dura.
        De súbito, a coisa dura levantou-se, e fez com tal força que o pobre Robalo caiu de cu na lama. Robalo ergueu o punho para nada e rugiu:
        - Maldita sejas coisa, que me atirastes para a lama. O meu cu não é o teu brinquedo!
        A coisa então saiu da Terra, e Robalo estremeceu quando olhou para ela. A coisa era uma cabeça de cobra, mas de uma cobra muito grande. A cabeça da cobra era tão grande quanto a cabeça de um cavalo!
        Os olhos da cobra começaram a mexer, e fixaram-se sobre o Robalo. A cobra então, sorriu.
        - Bom dia! - disse a cobra - E quem é o senhor que me deu um pontapé na minha cachola?
        Robalo levantou-se logo, e virou as costas para poder fugir. Porém, isso não aconteceu, pois a terra estremeceu, deitando o homem de volta para a terra. Robalo fez mais uma tentativa de se levantar, erguendo-se sobre as duas mãos. mas já por essa altura, a coisa tinha-se libertado.
        A coisa saltou sobre o Robalo, deitando-o outra vez abaixo, desta vez enfiando o seu rosto dentro da lama. Robalo sentiu uma mão forte a agarrar-lhe pelo braço, e atirando-o contra um velho contentor de lixo. Robalo guinchou de dor, e olhou para o ser que o atacou.
        Era algo que Robalo nunca tinha visto antes: um ser quimérico. Parte da coisa tinha a cabeça e pescoço de uma cobra, mas o corpo era de um urso; os braços deveriam estar no corpo de um gorila. As pernas traseiras da criatura eram semelhantes às pernas de um galo lutador. A cauda da coisa era a cauda de um crocodilo. A criatura em si tinha o a corpulência de um rinoceronte, mas era mais comprido.
        O sorriso da criatura ficou mais malévola.
        - Eu sou o Ladrador. E tu és o meu almoço.
        Robalo então gritou a plenos pulmões.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

É a primeira vez que faço isto, um blogue. E é tudo por culpa daquele duende, o Escabideche. Um ser feio, com orelhas pontiagudas e cornos - vários cornos. Acho que são cinco, mas pode ser só um. Ele caminha sobre patas de pata, e nada sobre a terra come se esta fosse feita de petróleo. O duende procura por mim, pois eu devo-lhe três sapatos rotos. Tenho que encontrar o Passaroco Fugaz, senão o duende Escabideche vai encontrar-me, e prender-me no decimo terceiro Tártaro. Tenho que impedir isso.